sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nosso Lar






Nascer do Sol - Por Claudia Souza
Eu admiro
Eu olho e respiro
Calmamente observo
O que há de mais belo

Não é só olhar
Mas também explorar
Buscar compreensão
É minha missão

Irônico narcisismo
Burro egoísmo
Esqueçamos o espelho
Há um mundo tão belo

É lindo e imenso
Inteiramente nosso
Nosso habitat
O que chamamos de lar

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Busca

Vitral da Catedral da Sé - Centro de São Paulo. Por Claudia Souza
Sou tão diferente?
Só eu não enxergo?
Insistentemente
Busco e me perco

Dizem que aqui é sua morada
Não faz sentido
Olho e não vejo nada
Não estou em território amigo

Sua ausência nesse lugar
Faz todo sentido pra mim
Não há nada pra olhar
Pois você não está aqui

Nessas paredes frias
Não encontro o calor da fé
Não encontro alegria
De joelhos, coração em pé

Obra da humanidade
Você não está aqui
Em minha verdade
Está em todos e em mim

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dança Cigana

Dancei
Corpo em movimento
Buscando perfeição
Um doce momento
De sonho e ilusão
Seus olhos
Vidrados em mim
Meus olhos fechados assim
Entregue a melodia
Eu dançava
Você sorria
Meus passos certos
A fogueira a aquecer
Eu rodava mais
Pra você poder me ver
As palmas não paravam
A música intensa
Me perdi na dança
Senti sua presença
Te procurei
A música parou
Tudo perdeu o sentido
A intensidade cessou
Eu te imaginei
Você já havia partido
Meu coração cigano chorou
Coração ferido
Mas eu continuei a dançar
Pois quando danço fecho os olhos
E quando fecho os olhos
Sei que você está comigo
Dançarei até perder as forças
Para em seus braços encontrar abrigo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eclipse

Já diziam os antigos
O mundo vai acabar
Conselho muito amigo
Nem se pode imaginar
O fim está próximo
Teremos muitos sinais
Valores em destroços
E avisaram ainda mais
Quando o fim chegar
Crimes horrendos vamos ver
Violência até no lar
Sociedade a padecer
Barbaridades acontecerão
Todos abalados
Mortes sem nenhuma razão
Andar desconfiado
Tragédias naturais
Terremoto, furacão
O amanhã não há mais
Não vemos solução
O caminho já estreito
Mais estreito vai ficar
Com muita dor no peito
Para o fim caminhar
Tudo isso estamos vendo
E muito mais iremos ver
Mesmo não querendo
Questionamos o ser
O que vai acontecer
Quando tudo terminar
Não posso saber
Mas posso imaginar
A Terra ficará escura
Por um breve instante
E então o sol tornará a brilhar
Um brilho constante
Apenas a natureza
Os animais a caminhar
Ainda sem a certeza
Do que estão a olhar
Mundo não acaba
Humanidade sim
Mundo se renova
Humanos tem fim
A escuridão?
Foi apenas um eclipse
Eliminação
Pra Terra resistir